Há 146 anos, no dia 30 de agosto de 1875, mulheres de Mossoró, lideradas por Ana Rodrigues Braga (Ana Floriano), saíram em passeata pelas ruas da cidade protestando contra a obrigatoriedade do alistamento militar. O fato ficou conhecido como o Motim das Mulheres e é motivo de orgulho até hoje para os mossoroenses.
No Museu Histórico
Lauro da Escóssia, uma sala destaca a caricatura de Ana Floriano, que, casada
com Floriano Rocha Nogueira, liderou o motim que ficou conhecido como ‘as 300
subversivas’, num cortejo que partir da Rua João Urbano e seguiu para a Praça
Vigário Antônio Joaquim.
As mulheres protestaram
contra a regulamentação do recrutamento do Exército e Armada pelo gabinete do
Visconde do Rio Branco, durante o reinado de Dom Pedro Segundo. Utilizando
panelas, frigideiras, conchas e colheres de pau, Ana Floriano e as mulheres
foram até a Igreja Matriz de Santa Luzia e rasgaram os editais fixados no
quadro de avisos. Em seguida, se dirigiram à casa do escrivão do juiz de Paz e
tomaram e rasgaram o livro e os papéis relativos ao alistamento.
“Essa história de
bravura da mulher mossoroense é muito lembrada neste período. No dia 4 de
setembro de 1875, houve o decreto, mas o Motim foi iniciado dia 30 de agosto. A
visitação é frenética em torno desse pioneirismo feminino em Mossoró, e nós
como Museu temos a honra de contar essa história cotidianamente”, destacou o
diretor do Museu, Asclépios Saraiva.
Segundo o
historiador Vingt-un Rosado, o episódio de Mossoró não foi um caso isolado,
tendo ocorrido semelhante manifestação em outros pontos da Província. O que
diferenciou o movimento de Mossoró dos demais foi o fato de ter sido organizado
e executado apenas por mulheres, por amor aos seus filhos.
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