quinta-feira, 11 de março de 2021

ANA RODRIGUES BRAGA

 



Líder de uma rebelião mossoroense à época do Brasil Império, Ana Rodrigues Braga, conhecida como Ana Floriano devido o seu casamento com Floriano da Rocha Nogueira, nasceu em lugar incerto, provavelmente nos anos 30 do século XIX. Faleceu em Mossoró , entre os anos de 1876 e 1881

 

Em 1875, ainda com cicatrizes recentes causadas pela Guerra do Paraguai, a família brasileira recebe um novo golpe. O Império, através do Decreto de nº 5.881, de 27 de fevereiro daquele ano, regulamenta o recrutamento e o sorteio para o serviço nas Forças Armadas. A ordem do governo para executar de imediato esse decreto gerou vários motins pelo país. Na Província do Rio Grande do Norte sabe-se da explosão de movimentos em Goianinha,Canguaretama, Arez e Mossoró.

 

Em Mossoró, o motim teve uma peculiaridade: foi feito por mulheres, tidas como “as 300 subversivas”, sob o comando e a liderança de Ana Floriano. O esquadrão feminino avançou contra a Junta instalada na igreja paroquial, enfrentou o arbítrio e soldados em armas, para proteger seus maridos, filhos e parentes. O historiador Vingt-un Rosado registrou o depoimento de um cidadão da época, Romão Filgueira, no qual se destaca a bravura de Ana Floriano

e suas comandadas. Diz a testemunha ocular da história: “Ana Floriano, tipo de mulher forte, olhos azuis, cabelos louros, estatura além do comum para o seu sexo, encabeçava o movimento. No dia marcado, estavam umas trezentas mulheres reunidas em Mossoró, porque as próprias Evas dos arrabaldes haviam aderido ao motim

 

O cortejo rebelde partiu da atual rua João Urbano indo até à hoje praça Vigário Antônio Joaquim. Aí foram rasgados os editais pregados nas portas da igreja e despedaçados vários livros. Da praça Antônio Joaquim, dirigiram -se as amotinadas à praça da Liberdade, passando pela rua 30 de Setembro. Naquele  logradouro público, achava-se disposto um corpo de polícia, ali posto com o fim de dominar a sedição. Aos gritos de Avança!, logo ficaram confundidos, no tumulto da luta, soldados e mulheres. Como era natural, foram várias feridas, tendo a interferência de pessoas gradas da localidade evitado mais funestas consequências.”

 

 

A valentia da Ana Floriano ficou registrada noutro episódio. Quando o jornal “O Mossoroense”, ligado à causa abolicionista e à maçonaria, foi invadido, Ana armou-se com um espeto de ferro para enfrentar os invasores e defender os jornalistas, entre os quais estava o seu filho Jeremias Nogueira, fundador da imprensa de Mossoró

FONTE – ARTE DO BRASIL

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